quarta-feira, 9 de maio de 2012

OS FILMES DA DISNEY SÃO BONS PARA SEUS FILHOS?



Juliana Reis Fontes
Graduanda em Pedagogia/UEPB
Monitora de Extensão/PROEAC-UEPB

A Disney, mundialmente conhecida como o mundo da diversão e da fantasia que encanta tanto crianças como adultos, passou a ser motivo de atenção e reflexão para alguns. Henry Giroux, Autor do livro, Os filmes da Disney são bons para seus filhos? Neste artigo, Giroux aborda questões relevantes com relação às produções de imagens feitas pela Disney, tendo em vista mensagens que podem deturpar a cultura da pessoa humana comprometendo sua identidade pessoal. 

Para Giroux, as ideologias construídas pela Disney moldam a identidade das pessoas controlando-as nos campos de significado social, perceptível nas imagens estereotipadas, exóticas e heróicas dos personagens, fazendo com que os telespectadores absorvam as mensagens como uma grande “verdade” a ser seguida resultando em preconceitos, exclusões e consumismo desenfreado. 

Ao observarmos o público infantil percebemos a fascinação pelas imagens e com isso o plágio para seu mundo presente, na certa é o resultado da passividade da criança frente à imagem, por não conseguir separar o real e a fantasia, construindo seu mundo através das leituras feitas frente aos elementos que lhe são perceptíveis, dos quais sustentarão seu conceito de mundo. Conforme afirma Pillar (2001, p.), “a criança tem que encontrar sentido para distintas formas da realidade” e acrescenta que ela “tende a considerar tudo o que vê na televisão - filmes, desenhos animados, fotografias, ou figuras como reais. A realidade é o pano de fundo sobre o qual se destaca a fantasia”.

Por motivos como estes, afirma Giroux (2001), é que precisamos urgentemente repensar no que está sendo transmitido às nossas crianças através das imagens aparentemente inofensivas da Disney, mas que trazem consequências diversas para a construção de suas ideias e valores e ainda chama a atenção de pais, professores e profissionais da cultura para que tratem desse assunto criticamente acompanhando as crianças em seu processo de construção de conhecimento, sabendo de que as mesmas não têm instrumentos para desenvolver um senso crítico das informações que perpassam esses meios, ajudando a sociedade a considerar a criança como criança em suas especificidades e não como uma miniatura do mundo adulto. 

Por outro lado, sabemos de que as crianças como todo ser humano são dotadas de capacidades e que estas, por sua vez, acompanharão em toda a sua trajetória de vida fazendo com que as ideias, crenças e valores sejam mais tarde amadurecidos e reconstruídos, formando assim sua própria representação de mundo. A passividade da criança frente ao mundo televisivo como trata o texto pode trazer para elas idéias distorcidas da realidade, mas também sabemos de que as mensagens absorvidas pelas mesmas são inconsistentes e que podem ser mudadas a partir de outras experiências que a vida oferece. 

Referências

Giroux, Henry. Os filmes da Disney são bons para seus filhos? In: STEINBERG, Shirley R; KINCHELOE, Joe L. In: (Orgs). A construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. (p. 87-108)

PILLAR, Analice Dutra. A Educação do Olhar no Ensino das Artes. Porto Alegre: Mediação, 2001 (p.14-)

terça-feira, 8 de maio de 2012

REFLETINDO A EDUCAÇÃO A PARTIR DO CINEMA: PRECIOSA – UMA HISTÓRIA DE ESPERANÇA



Robson de Oliveira Silva

Graduando em História /UEPB
Monitor de Cinema e Ensino de História  na Educação Básica

O filme Preciosa – Uma história de esperança dirigido por Lee Daniels aborda o caso de uma garota estadunidense com uma vida familiar conturbada, que através da educação consegue conviver com a sua realidade e se desprender de uma situação de opressão familiar responsável por leva-la a uma série de problemas irreversíveis. 
O filme narra à história de Claireese Precious Jones, uma garota suburbana de origem afro-americana de 16 anos que sofre uma série de problemas como o preconceito por ser afrodescendente e obesa, violência sexual por parte do pai e opressão e agressão física por parte da mãe, mas que consegue transpor sua condição de oprimida através de uma educação libertadora. 
Preciosa é violentada pelo pai desde os três anos de idade, e chega a ter dois filhos com ele, um deles com síndrome de Down. Sua mãe violenta ela verbalmente e fisicamente, e faz dela uma serviçal doméstica enquanto a culpa pelo fato de ter sido molestada pelo pai. Por estar grávida a coordenação da escola não permite que ela frequente mais a escola, forçando-a a ir para uma escola de ensino especial, voltada para alunos com problemas de migração ilegal, drogas, e gravidez precoce. 
Na nova escola, Preciosa consegue tomar consciência de sua própria realidade adversa e conseguir compreender que pode se libertar das amarras da opressão através do amor, da esperança e da amizade. Além de ser molestada pelo pai, contrai o vírus do HIV através dessa relação. Entretanto, descobre através da interação com seus colegas de classe, que mesmo com todos esses problemas ela pode superar sua condição e ter uma vida mais digna ao lado de seus filhos.
O importante desse filme, fazendo uma relação com a educação, é o fato de esta ter possibilitado à Preciosa a consciência de que ela poderia se libertar da opressão. Mesmo que os alunos não tenham uma vida tão peculiar como a da personagem do filme, muitos passam também por inúmeras dificuldades, sejam elas financeiras ou de relações conflituosas com a família ou com a sociedade.
Diante disso o papel do professor é buscar ao menos tomar consciência de alguns desses problemas e estabelecer um diálogo motivador com os alunos. Em casos de extrema complexidade, a escola deve possibilitar um melhor acompanhamento psicológico e social ao aluno, de forma a procurar sanar problemas ou fazer o aluno perceber que com otimismo, amor e força de vontade, muitas das barreiras oferecidas pela vida podem ser vistas como um desafio a ser vencido, e não como um obstáculo intransponível.
 REFERÊNCIA
PRECIOSA – Uma história de esperança. Direção de Lee Daniels, roteiro de Geoffrey Flectcher, romance escrito por Sapphire; EUA: produzido por Sarah Siegel-Magness, Lee Daniels, Gary Magness, 2009. DVD (110min.) Ntsc, son., color. Legendado Port. 








OS SÍMBOLOS DA MODERNIDADE A PARTIR DO FILME “OS MISERÁVEIS”



Robson de Oliveira Silva
Graduando em História /UEPB
Monitor de Cinema e Ensino de História na Educação Básica


      Quando pensamos em modernidade geralmente a relacionamos com um momento de ruptura temporal, onde os símbolos do Iluminismo e do positivismo (como a igualdade, o progresso, a ordem e a liberdade) fizeram parte da construção dos Estados Nacionais, dos seus instrumentos de poder e dos modos de produção. A partir do filme “Os Miseráveis”, baseado na obra homônima escrita por Victor Hugo no século XIX, podemos refletir sobre a relatividade destes símbolos inerentes a modernidade. Ademais o filme possibilita refletir como um estado dito moderno (França da metade do século XIX) e sua forma de produção capitalista traz não só o “progresso” econômico e a implementação de um sistema jurídico “avançado” como também inúmeras formas de exclusão social devido a má distribuição de renda, excesso de poder exercido pelos mecanismos de coerção do Estado (sistema jurídico e forças armadas) e a forma de organização política.
      O filme narra à história do ex-detento Jean Valjean que após ficar preso por 19 anos por roubar pão para alimentar sua família e ser obrigado a fazer trabalhos forçados em uma pedreira consegue a “liberdade” e tenta se inserir novamente na sociedade. Devido ao seu estado de exclusão social, é conduzido a roubar o bispo que lhe deu abrigo e comida. Ao invés de denunciá-lo o bispo dá-lhe uma segunda chance para se redimir de seus atos falhos e se inserir na sociedade. Após alguns anos, Valjean conquista sua estabilidade social através do cargo de prefeito em uma pequena cidade e torna-se empresário, mas sua tranquilidade acaba quando um policial o reconhece e começa a persegui-lo pelo fato de Valjean ter possíveis pendências com a lei.
      Refletindo a respeito do conflito social em que a França se encontra no período citado pelo filme (Revolta de 1832) podemos problematizar a forma como o progresso trazido pelo desenvolvimento econômico e pelas novas formas de governo dos estados nação não trouxe melhorias a todos. Somente alguns se beneficiaram do progresso enquanto outras classes sociais se encontram desfavorecidas. Apesar de o filme ser uma adaptação de um romance em que a principal proposta do enredo é o debate a sobre a moral, o qual podemos utilizar de seu contexto histórico para compreendermos melhor as rupturas e as permanências na história assim como a relatividade dessas transformações e continuidades.

REFERÊNCIA 

OS MISERÁVEIS (Les Misérables). Direção de Billie August, roteiro de Rafael Yglesias, romance de Vitor Hugo; Reino Unido, Alemanha, EUA: distribuído por Mandalay Entertainment, 1998. DVD (131 min.) Ntsc, son., color. Legendado Port.

O FILME “NENHUM A MENOS” E O PAPEL DO EDUCADOR



Robson de Oliveira Silva
Graduando em História /UEPB
Monitor de Cinema e Ensino de História na Educação Básica


        O filme “Nenhum a Menos” dirigido por Zhang Yimou retrata a realidade conturbada de uma escola na zona rural de uma província distante (Shinquan) no território chinês, onde a infra-estrutura precária da escola, a distância desta do meio urbano e a pobreza dos alunos faz desta escola um difícil e árduo trabalho de educação. As responsabilidades recaem sobre o único professor da escola (Gao), único funcionário da escola e responsável também por cuidar das crianças, inclusive preparar suas refeições, cuidar da limpeza do lugar e ainda cuidar de algumas crianças que permanecem na escola.
        Um dia quando Gao necessita sair da escola para visitar sua mãe que está doente ,resolve deixar as crianças aos cuidados de Wei Minzhi, uma menina de 13 anos de idade que nunca lecionou. Ela aceitou tomar conta das crianças com vista no pagamento que o professor havia lhe prometido. O papel inicial de Wei Minzhi seria apenas fazer com que nenhum dos alunos deixasse a escola, sendo como papel de professora apenas escrever no quadro algumas atividades e manter a ordem na sala.
        Mas quando Minzhi se depara com um aluno que foge da província em busca de conseguir dinheiro na cidade, ela sai desesperada em busca da criança, deixando as demais à pura sorte, indo para a cidade grande e passando por privações em busca de encontrar seu aluno perdido. Depois de muito pesar, Minzhi consegue encontrar seu aluno através de um depoimento na televisão e além de conseguir reencontrá-lo ela consegue um investimento financeiro para a melhoria da escola.
        O que podemos debater a partir deste filme, é a forma como uma menina sem experiência nenhuma no ofício de lecionar acaba tomando uma postura de educadora, e que com todo apego consegue se dedicar a um aluno e salvá-lo da miséria. Isso mostra a dedicação que esta educadora tinha por seus alunos, fazendo de sua jornada uma verdadeira lição de vida. Através de Nenhum a Menos podemos ressaltar a importância da educação como prática libertadora, pois tanto Minzhi quanto seus alunos tiveram sua vida transformada através da educação, a atitude desesperada dela em salvar o aluno fez com que a escola fosse reformada e que as autoridades recaíssem seus olhares sobre a precariedade da educação naquela região da China.

REFERÊNCIA

NENHUM A MENOS (Yi ge dou bu neng shao). Direção de Yimou Zhang, escrito por Xiangsheng Shi. China: distribuído por Columbia Home Vídeo, 1998/1999. DVD (106min.). Ntsc, son., color. Legendado Port.

FICHAMENTO DO TEXTO CINEMA: EXPERIÊNCIA CULTURAL E ESCOLAR DE MARCOS NAPOLITANO



Robson de Oliveira Silva
Graduando em História /UEPB
Monitor de Cinema e Ensino de História na Educação Básica
Referência

Napolitano, M. In: São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno de cinema do professor: dois/Secretaria da Educação, Fundação para o Desenvolvimento da Educação. Devanil Tozzi, et al (Org). - São Paulo: FDE, 2009. (P. 10 a 31)

Principais ideias:

Segundo Napolitano o cinema é uma das mais fortes experiências sociais para a sociedade de massas no século XX. Essa experiência audiovisual expandiu sua abrangência social através do advento da televisão no final da década de 40, ambos os casos (Cinema e TV) eram lugar de lutas sociais, culturais, politicas, econômicas e ideológicas. Os filmes podem ter diversos sentidos, primeiramente devido ao “efeito de realidade” que desperta emoções e juízos estabelecidos através das subjetividades dos telespectadores, e em um segundo momento, pode ser visto através da objetividade, racionalidade e realismo. Dentro dessa ambivalência na apreensão do filme pelo público, o autor propõem maneiras de como fazer para transformar estas experiências sociais e culturais em experiência de ensino/aprendizagem.

O filme pode ser compreendido como resultado de uma série de recortes, escolhas adaptações dos autores e diretores, devido essas características todo filme documental não é uma apresentação “real” dos fatos, esta concepção dúbia de filme “real” e “ficcional” deve ser revista pelo educador que pretende trabalhar com cinema em sala de aula, ademais, todo filme ficcional está relacionado com o meio social em que foi criado. A escola deve usar os filmes dentro dessas premissas (Representação e encenação) e pra isso o cinema deve ser concebido como uma linguagem artística – que se encontra dependente de aspectos técnicos, de gênero, de narrativa e de ideologia.

A partir da análise destes elementos, não só o texto (roteiro) ou as legendas devem ser tomados como enunciados no filme, mas também “Mais importante é a maneira como se aborda e conta a história veiculada pelo filme e em que situações fílmicas os diálogos e textos verbais estão colocados na sequência de cenas” (NAPOLITANO, 2009, p. 13). 

O autor aborda a importância do exercício de análise dos filmes, citando que é mais fácil em primeiro momento criar um corpus de filmes com o mesmo tema, e comparar seus aspectos narratológicos e contextuais, levando em consideração que “Todo filme é uma representação encenada da realidade social e todo filme é produto de uma linguagem com regras técnicas e estéticas que podem variar conforme as opções dos realizadores” (Idem. p. 12).

De acordo com Napolitano, o Filme adquire uma linguagem diferenciada de todas as outras artes como música, pintura, teatro, etc. Mesmo que essas manifestações artísticas se aproximem e se dialoguem, o filme para ser analisado necessita de uma abordagem semiológica específica, e esse desafio da linguagem audiovisual se apresenta a quem venha analisar um filme com objetivos didáticos. O papel do professor é então instrumentalizar o “olhar” do aluno de modo que esse seja não só de encantamento como também de um olhar crítico. Para que isso aconteça é preciso que o professor compreenda o que o autor chama de “linguagem cinematográfica”, admitindo que o filme é construído por uma série de escolhas e influencias narrativas e técnicas de outros filmes, o que leva a uma reflexão a cerca dos diversos momentos do cinema em que as narrativas e as técnicas são distintas, a exemplo dos primeiros filmes produzidos onde havia somente uma câmera fixa e um cenário onde os atores encenavam de forma bem próxima ao teatro. Para analisar estas categorias, o autor incita também o professor a assistir obras clássicas de diferentes momentos históricos, e também de diferentes escolas, estilo, qualidade, gêneros e lugares.

Para a instrumentalização do olhar fílmico é necessário apreender as etapas produtivas do filme, os recursos técnicos e estéticos utilizados. Todo filme passa por um processo de pré-filmagem, que correspondem à elaboração do roteiro, escolha de autores e estúdios, etc.; filmagem; montagem (seleção das cenas, cortes, organização das tomadas); e lançamento, nessa ultima etapa o filme é lançado como um produto no mercado cultural. O filme como um produto artístico deve ser analisado nos seus mínimos detalhes, a exemplo do figurino usado pelos personagens, cenários e objetos, atores, luzes, sons, ângulos, cores, e outros aspectos próprios do cinema. Porém, nem só nestes aspectos do produto final do filme deve ser abordado, pois como afirma Napolitano: “A análise fílmica começa quando conciliamos o olhar que capta o resultado final de um filme e a reflexão sobre as escolhas, recursos e processos que estão por trás destes resultados” (NAPOLITANO, 2009, p. 18).

Para não recair na tradição errônea de usar o filme somente como ilustração ou exemplificação do conteúdo estudado, o autor cita duas formas instigantes de utilização do filme no ensino: 

“a) O filme pode ser um “texto” gerador de debates articulados a temas previamente selecionados pelo professor; [...] b) O filme pode ser visto como um documento em si. Neste caso, é analisado e discutido como produto cultural e estético que veicula valores, conceitos, atitudes e representações sobre a sociedade, a ciência, a política e a história” (Idem p.21). 

Para desenvolver essa análise o professor deve debater com os alunos e buscar suas opiniões, que tendem a convergir para os conteúdos estudados em sala de aula e os Temas Transversais. Essas questões fazem do planejamento um momento indispensável do uso de tais ferramentas, nisso inclui não só  assistir e analisar o filme com antecedência, como criar um roteiro de estudo, com informações prévias sobre o filme, coa exemplo de informações técnicas e temas a serem tratados.

é necessário também fazer uma sondagem dos alunos a fim de conhecer suas afinidades e conhecimentos prévios relacionados ao cinema e o seu conhecimento de mundo, contexto social e o nível de entendimento da linguagem cinematográfica. Essa sondagem pode ser feita através de um questionário básico onde os alunos devem responder quantos filmes assistiu ultimamente, com qual frequência, se assiste em cinema ou televisão, e quais suas preferências. O uso do cinema na sala de aula não implica “ensinar cinema” na escola, mas sim, utilizar uma das mais fascinantes manifestações culturais no sentido de possibilitar um momento reflexivo com o uso do filme, abordando temas transversais e conteúdos referentes ao filme e ao cotidiano social e escolar dos alunos.


CONCEITOS E METODOLOGIAS NA ANÁLISE DE FILMES

Helenize Carlos de Macêdo
Graduanda em Geografia/UEPB
Monitora de Metodologia da Pesquisa com Filmes e  Desenhos Animados

REFERÊNCIAS
PENAFRIA. Manuela. Análise de filmes – conceitos e metodologias. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/bocc-penafria-analise.pdf. Acesso em: 31 Mar 2012.

        O texto de Penafria (2009) aborda o que é a análise de filmes, mostrando o papel desta atividade nos discursos sobre cinema, ao mesmo tempo busca discutir metodologias possíveis para a análise de filmes. Em um primeiro momento, a autora discute o conceito de análise fílmica diferenciando-a da crítica dos filmes, feito isto, explicita a utilidade de se analisar filmes. Para Penafria (2009, p.1): “Analisar um filme é sinônimo de decompor esse mesmo filme.” Citando Aumont (1999) mostra: não existe uma metodologia universalmente aceite para se proceder a análise de filmes. Porém, para Vanoye (1994): “é comum utilizar duas etapas: em primeiro lugar decompor, ou seja, descrever e, em seguida, estabelecer e compreender as relações entre esses elementos decompostos, ou seja, interpretar”.

        Em um segundo momento, Penafria (2009) mostra como analisar um filme e mostra os principais tipos de análise de filmes, como podemos ver a seguir: 

a)   Análise Textual: é o tipo de análise que considera o filme como um texto. Essa análise é decorrente da vertente estruturalista de inspiração linguística dos anos 1960 e 1970. O objetivo desse tipo de análise é decompor o filme dando conta de sua estrutura;
b)   Análise de Conteúdo: Esse tipo de análise considera o filme como um relato levando em conta o tema do filme;
c)   Análise Poética: é o tipo de análise que entende o filme como uma programação/ criação de efeitos;
d)   Análise da imagem e do som: Este tipo de análise entende o filme como meio de expressão, utilizando do espaço do filme como recurso de análise numa abordagem cinematográfica. (PENAFRIA, 2009, p. 5-7).

A análise de filmes é importante, pois, como mostra Penafria (2009, p.4-5):

A análise é uma actividade que perscruta um filme ao detalhe e tem como função maior aproximar ou distanciar os filmes uns dos outros, oferece-nos a possibilidade de caracterizarmos um filme na sua especificidade ou naquilo que o aproxima, por exemplo, de um determinado gênero. E essa oportunidade poderia ser melhor aproveitada”.

        A autora conclui o texto reafirmando a importância da análise de filmes, entendendo-a como “fundamental e urgente nos discursos de cinema”, pois considera que através da análise, será possível verificar e avaliar os filmes de acordo com as especificidades e semelhanças em relação a outros filmes. Como também através da análise é possível aprender a fazer cinema. (PENAFRIA, 2009, p.9).