Mirelle Monteiro
Graduanda em Letras/UEPB
Monitora de Extensão/PROEAC-UEPB
Uma das características da atualidade é
o crescimento do uso das mídias digitais. É inegável o fato de que boa parte de
nossas crianças têm constante acesso aos aparelhos midiáticos e as novas
tecnologias, elas são expostas a um imenso número de informações, propagandas e
imagens das mais diversas, que, acabam por influenciar no seu processo de
formação de identidade. Nos propusemos neste momento a pensar não nas “novidades
tecnológicas”, mais em um outro participante do processo de formação de
identidade, atentaremos para uma aparelho já a muito conhecido e também
bastante popular entre nós: a televisão. Magalhães (200X) chega a comparar este
aparelho com uma avó, que procura divertir as crianças e faz isso sem cobranças
acabando por desfazer a educação dada pelos pais. A televisão chamada
“carinhosamente” por seu apelido de TV se diferencia de outros
eletrodomésticos, pois chega a ter um espaço reservado apenas para ela nas
casas, não vemos a sala da geladeira ou a sala do microondas, mais
costumeiramente ver-se a sala da TV, ou quando não tem este espaço ela é
colocada em um local que permita uma boa visualização. Dentro dos lares ela
proporciona entretenimento. Mas será que a televisão tem apenas a função de
entreter? Pensemos nos infantes que são expostos, muitas vezes, horas seguidas
aos programas televisivos (alguns inclusive não apropriados para sua faixa
etária); enquanto os pais ficam “despreocupados” por terem que “cuide” e
divirta as crianças para que eles possam desenvolver outras atividades. Giroux
(2001) nos leva a refletir que os filmes e desenhos animados que consumimos tem
uma função. É verdade que eles são fonte de entretenimento, diversão e proporcionam
uma viagem ao mundo da fantasia e aventura, tanto em crianças como em adultos.
Mas partindo do conhecimento de que a cultura cinematográfica por ser
persuasiva está diretamente relacionada ao aprendizado de comportamentos
sociais dos adultos e (principalmente das) crianças, podemos afirmar que filmes
e desenhos animados tem uma relevância maior que o entretenimento, pois são
partes constitutivas do processo formador de identidade. Filmes e desenhos
segundo Giroux (2001) funcionam como “máquinas de ensino”, e com a crise de
propósito e visão que tem tomado conta das escolas e locais públicos eles têm
assumido um lugar importante como fonte de aprendizado. Entendendo a
participação destas mídias para a formação de opinião, acreditamos ser
necessário que professores e pais atentem para este universo de forma mais
reflexiva e analítica.
Referências bibliográficas:
GIROUX, Henry. Os filmes da Disney são
bons para seus filhos? In: STEINBERG, Shirley; KINCHELOE, Joe L. (Orgs). Cultura infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2001. (p. 87-108)
MAGALHÃES, Cláudio Márcio. Bons motivos
para gostar da televisão que sua criança gosta. In: RIBEIRO, R. ET all (Orgs.).
A infância na mídia. Autêntica. 200. (p.197-216)