Sayonara Ramos Marcelino Ferreira Quirino
Graduanda em Pedagogia/UEPB
Monitora de Extensão no Projeto "O Cinema na Sala de Aula"
A
Disney apresenta no filme “Valente”, a princesa Merida que representa uma
princesa inovadora, que luta por seus direitos e quer poder escolher seu
próprio destino. Sua mãe, pelo contrário, é uma verdadeira dama, é educada,
submissa, cautelosa e bondosa. E tenta educar Merida da mesma forma, ensina que
uma mulher não pode falar alto, não pode rir de qualquer maneira, tem que
sentar e andar com elegância, tem que buscar a perfeição e, principalmente, tem
que casar. Merida não aceita essa situação, a mesma observa que seus irmãos
homens poder fazer o quiserem, e ela por ser mulher não pode. Merida ama a
liberdade, praticar arco e flecha, subir as montanhas, andar a cavalo, mas é
repreendida por sua mãe, que por desejar vê-la casada, não quer que a mesma
pratique essa atividades.
Neste
filme, a princesa Merida, não tem como objetivo o casamento. Percebemos que o
contexto histórico atual influencia, “é necessário perceber o filme enquanto
testemunho/documento, integrando-o ao contexto social em que a obra surge:
autor, produção, público, regime político etc” (LANGER, 2004). A nossa
realidade é exatamente esta, o casamento não é mais uma prioridade, nem o sonho
pela felicidade. Esta princesa tem como prioridade a luta pela sua liberdade e
poder de escolher seu próprio destino.
Esta
representação de princesa da Disney está renovada e não perpetua os
estereótipos já lançados: a mulher indefesa e frágil. Merida representa a
mulher destemida e valente que tem um novo modelo de comportamento e outros
objetivos. Ela não sonha com o príncipe encantado. Essa mensagem é forte e clara.
Merida
é uma visionária, com idéias a frente de seu tempo. Não quer seguir o exemplo
da mãe. Não quer casar e menos ainda um casamento arranjado. Acha injusto não
poder fazer as coisas que tem vontade. Por isso não aceita as obrigações que
lhes são impostas e luta pelo direito de escolher seu destino. Esta princesa
representa a mulher moderna e contemporânea que não ver o casamento como sua
meta de vida e única razão de viver. A mulher atual é independente e pode fazer
as mesmas coisas que os homens, e por que não?
O
filme exibe o papel que a mulher exercia na sociedade: uma boa esposa e uma boa
mãe, submissa. E mostra também que esta realidade está mudando , não há mais
tantos casamentos, há mulheres que estão optando por não serem mães, há mulheres
que exercem a mesma função que os homens. Para garantir seu lugar na sociedade basta
apenas a mulher não aceitar mais ser submissa e mostrar que é capaz de fazer
suas próprias escolhas e mudar seu destino.
REFERÊNCIAS
LANGER, Johnni. Metodologia para a análise de estereótipos em filmes históricos.
Revista História Hoje, 2, 5, Nov-2004. Disponível em: HTTP://ufma.academis.edu/
JohnniLanger/Papers/773078/metodologia_para_analise_de_estereotipos_em_filmes_históricos_historia_hoje_5_2004.
Acesso em: 15/09/2010.
VALENTE. Direção de Mark Andrews e
Brenda Chaoman, Co-diretor, Steve Purcell. Produção, Katherine Sarafian.
Produção executiva, Jonh Lasseter, Andrew Stanton, Pete Docter. Produtor
associado, Mary Alice Drumm. História original de Brenda Chapman. Supervisor da
história, Brian Larsen. Editor do filma, Nicholas C. Smith. Designer, Steve
Pilcher. 2012. DVD (93 min.). Ntsc, som, color. Idiomas: português, inglês e
espanhol. Legendado em português, inglês e espanhol.
